Melhores Poemas Álvares de Azevedo

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Álvares de Azevedo deixou entre os seus contemporâneos a ideia de um gênio, cuja morte prematura, aos 20 anos de idade, impediu a plena realização de suas possibilidades. A espontaneidade foi, sem dúvida, um dos traços marcantes do poeta paulista, que mesmo sem atingir a genialidade, deixou uma obra formidável, espécie de súmula das inquietações e desejos dos jovens românticos de 1850. Quais eram essas inquietações? Em primeiro lugar o amor, a aproximação entre os sexos, dificultada e até obstruída pela rígida moral patriarcal. Assim, o simples e humano ato de amar assumia, por vezes, um sentido de transgressão, muito presente na obra do nosso poeta, seja no plano social, seja no psicológico. O amor estava sempre ligado ao mais desbragado sentimentalismo. Era uma das atitudes bonitas da época, frequentemente corroída por momentos de cinismo e amargura, quase sempre de inspiração livresca. Álvares de Azevedo intoxicou a sua literatura com os venenos sutis destilados das obras do amargo Byron, do melancólico Musset, do pessimista Leopardi. Ainda bem que tinha em si mesmo um contraveneno poderoso, o seu admirável senso de humor, que o levava a zombar até da morte, como no poema O Poeta Moribundo, desenvolvido “na craveira da mais franca piada”, como observa Antonio Candido no prefácio. Álvares de Azevedo, 150 anos depois de sua morte, continua capaz de comover e encantar o leitor. O que mais pedir a um poeta?

Peso0,170 g
Dimensões18 × 13,5 × 1 cm
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