Fãs de literatura conhecem bem o trabalho de Tom Gauld. Suas historinhas sobre escritores e leitores e suas tiradas sobre o universo do livro tornaram-se clássicas entre os apaixonados pela leitura. Uma de suas tiras mais conhecidas, em que um autor de ficção científica diz a seus colegas mais sisudos, enquanto decola, “Vocês estão apenas com inveja da minha mochila a jato”, foi vista e compartilhada milhões de vezes. Em Guarda lunar, Gauld volta à forma longa, como no premiado Golias, e os admiradores logo reconhecerão os traços mais marcantes de seu trabalho: o humor seco, a economia na ação, o clima melancólico que revela a graça, a tristeza e o absurdo da vida cotidiana. Nas rondas do solitário policial da Lua, pouco acontece: um cachorro foge, um robô dá defeito, um morador volta para a Terra. Num futuro em que a colonização do espaço tornou-se aparentemente banal, o guarda circula pelo vasto cenário vazio numa sucessão de dias que se confundem. Ao mesmo tempo divertido e sorumbático, o livro captura verdades essenciais sobre quem somos. Ao combinar passado, presente e futuro, Gauld cria um mundo de ficção científica quase igual ao nosso — um ajuste nas lentes que revelarão ao leitor uma realidade tão próxima quanto surpreendente.